África declarada livre da poliomielite selvagem
A OMS confirmou que o continente derrotou o vírus, após um programa de vacinação lançado por Nelson Mandela
Por redação TBN
A Organização Mundia da Saúde confirmou que a África derrotou a pólio selvagem depois que o vírus foi finalmente eliminado na Nigéria. A Comissão Regional de Certificação da África (ARCC), um grupo de trabalho nomeado pela OMS para erradicar a doença, certificou o continente livre da pólio selvagem ontem, quatro anos após o último caso registrado.
A poliomielite geralmente afeta crianças menores de cinco anos e pode levar à paralisia e às vezes até à morte. Não há cura, mas a vacina contra a poliomielite oferece imunização vitalícia.
Em 1996, cerca de 75.000 crianças na África ficaram paralisadas pela poliomielite selvagem, levando as nações a embarcar em um programa de vacinação lançado por Nelson Mandela. O vírus, no entanto, se espalhou na Nigéria, que há menos de uma década respondia por cerca de metade de todas as mortes globais por pólio.
O programa de imunização contra a poliomielite na Nigéria foi bloqueado pela geografia, ceticismo e grupos militantes, que foram responsáveis pela morte de trabalhadores de saúde em partes remotas do país. Mesmo assim, o programa de vacinação do país prevaleceu. Com a Nigéria agora livre da poliomielite selvagem, o vírus só pode ser encontrado no Afeganistão e no Paquistão.
Para complicar um pouco as coisas, no entanto, é uma forma rara de poliomielite derivada da vacina que ainda está presente na África, com cerca de 180 casos relatados até agora este ano. A OMS afirma que essa cepa mais fraca sofre mutação com a vacina oral contra a poliomielite, que segundo o órgão de saúde já preveniu cerca de 13 milhões de casos de poliomielite em todo o mundo.
Em um discurso ontem, o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, descreveu a erradicação da pólio selvagem na África como um "triunfo da saúde pública".
"A infraestrutura construída e as lições aprendidas com o esforço de erradicação da pólio são ferramentas vitais que os países devem aplicar aos muitos outros desafios de saúde que enfrentam", acrescentou ele, referindo-se ao coronavírus e ao ebola, novos casos confirmados no Democrático República do Congo.
Imagem: Annie Spratt